(cf. google imagem) |
Uma ostra vivia em seu casulo. Até que um dia, uma ruptura cortou seu coração. Sua mente ficou confusa, não sabia mais o que fazer em situação tão estressante. O medo da nova etapa, do novo nascimento ofuscava seu olhar para as possibilidades de sucesso. Ainda não tinha aprendido o significado da palavra transcendência. Mas, sozinha na sua trajetória, teve um insight “sou parte do universo em transformação e vou começar hoje uma nova travessia”. Sorriu para si mesma e um sentimento de encanto brotou nas profundezas de sua vida. Começou olhar para a ruptura com um novo olhar e para além da ruptura. De repente, observou que ao seu redor estavam milhares de ostras, cada uma em sua singularidade e processo de desenvolvimento pessoal, social. Um olhar de aproximação, uma linguagem afetiva tornou possível o estabelecimento de um diálogo entre as ostras. Todas falavam de suas experiências, escutavam as outras e escutavam a si mesmas. Um processo reflexivo e interativo emergiu na situação de encontro consigo e com as outras ostras, sendo estabelecida uma linguagem corporativa, a partir da experiência existencial de cada uma. A comunicação verbal e não-verbal foi sendo cultivada, despertando e acordando nas ostras a capacidade de saber ouvir e propiciar um espaço de abertura para uma comunicação dialógica. A ostra compreendeu que a comunicação e o relacionamento afetivo são como as pérolas que são cultivadas nas experiências de transcendência, traduzindo-se em potenciais para o sucesso pessoal e coletivo.
O filósofo da linguagem, Mikhail Bakhtin, reconheceu a linguagem como um processo de interação contínua, mediada pelo diálogo e expressa de maneira brilhante "A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças aos enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação efetiva com as pessoas que nos rodeiam".
Uma comunicação dialógica implica em uma rede de relacionamentos afetivos e éticos. Acredito que as parábolas, as fábulas, as metáforas estimulam a nossa criatividade e acionam no cérebro a possibilidade de encontrar os significados de acordo com as nossas experiências e conhecimentos armazenados ao longo da nossa vida.
Na nossa rede de relacionamentos, como estamos cultivando as pérolas?
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