sábado, 19 de março de 2011

A GRATUIDADE DOS TRÊS "E"

No encontro,   com  educadores do Colégio Marista Arquidiocesano/SP, sobre a temática “Espiritualidade e Educação”, comecei a construir uma reflexão sobre a conexão de três “E” na dinâmica do aprender a viver.

(cf. google imagem)

OS TRÊS “E”

Educação -   proposta de valores
Espiritualidade -   busca do sentido    da  vida
Espaço de aprendizagem -  rede de relacionamentos



Três “E” sustentados pelo valor da confiança e pela ação dialógica que possibilita o desenvolvimento do ser humano em todas as dimensões da vida.
A constituição do eu da criança, na perspectiva winnicottiana, é atravessada pelo desenvolvimento da confiança e esta se dá na presença de alguém.  Sem esta presença, a criança vivencia uma angústia enorme. Que tipo de presença estou sendo para as crianças? Que tipo de presença estou sendo na vida das pessoas?
A educação como proposta de valores, ancorada em uma espiritualidade que busca compreender o sentido da vida acontece em um espaço de aprendizagem que abraça a pessoa como um “ser-de-relações”. Este é um desafio para a humanização das relações, para o “ser mais” humano e comprometimento com uma nova cidadania, que seja ética, espiritual e planetária.
Vamos aprendendo o ABC da vida, com simplicidade e gratuidade:
A - aprender, amar, ajudar
B – buscar
C – confiar, conectar, colaborar, construir
Vamos aprendendo, no cotidiano da vida, a romper modelos mentais e a construir novos paradigmas na rica dinâmica de um pensamento sistêmico, reconhecendo o valor da interdependência para o bem viver no presente e no futuro do nosso planeta.
Como eternos aprendizes e com muitas razões para viver, vamos aprendendo a esculpir uma bela obra de arte, na conexão dos três “E”. Um aprendizado muito simples e enriquecido pelos gestos de gratuidade, os quais são cultivados na vivência dos valores que são eternos em nós.
Vale a pena aprender, reaprender a arte da interdependência e o cultivo dos gestos mais elevados, na gratuidade do amar as crianças e todas as pessoas.
Vivemos em um mundo capitalista e somos desafiados a uma reflexão para além do capital, acolhendo a riqueza dos momentos gratuitos, os quais eternizam as nossas vidas. Não há dinheiro que possa pagar os frutos dos valores que celebram a grandeza do aprender a maravilhosa conexão do ABC da vida.
Uma educação reflexiva, transformadora e inovadora pressupõe uma nova leitura de meu próprio ser, agir e reagir!
Uma  experiência compartilhada alimenta o sentido da vida e qualifica a nossa presença na vida das crianças e de todas as pessoas.
Continuemos a reflexão:
Que tipo de presença estou sendo para as crianças?
Que tipo de presença estou sendo na vida das pessoas?

segunda-feira, 14 de março de 2011

A CRIANÇA E O SENTIDO DA VIDA

(cf. google imagem)

Esta noite, estive no Colégio Marista Arquidiocesano/SP, conversando com os educadores da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, sobre a temática “Espiritualidade e Educação”.  Foi uma experiência rica de encontro e reencontro com o SER – eu, o outro, o mundo, o grande Outro, o Transcendente.  Pude perceber nos olhares, expressões, falas dos participantes a importância de uma instituição que aprende, cultivando a “paisagem interior” de todos os seus membros.

Como é bom, encantador quando podemos reconhecer e nomear os significados de tudo o que acontece na nossa vida! Como é maravilhoso, quando encontramos as pessoas com abertura de coração e mente para o compartilhamento das experiências vividas! Como é prazeroso escutar e ser escutado, amar e ser amado, perdoar e ser perdoado, compreender e ser compreendido! Estas são experiências significativas que enfeitam a teia da nossa vida. Nós somos apenas um fio e juntos formamos uma bela obra de arte!

Na clínica psicológica e na assessoria que venho realizando na formação continuada dos educadores, tenho compreendido que a dimensão espiritual atravessa a nossa vida e é no cotidiano que vivenciamos a grandeza da nossa paisagem interior diante dos desafios que enfrentamos. Mas o que é espiritualidade? Para muitos autores, a espiritualidade é uma dimensão da vida humana, é uma busca de sentido para o próprio existir e agir, está unida à motivação profunda, enfim é uma busca de compreensão do sentido da vida e na vida.

A educação, segundo Gandhi, consiste em fazer aflorar o que há de mais nobre dentro das pessoas. Tenho estudado alguns teóricos e anotado algumas das experiências vividas ao longo dos meus "quase"  trinta anos, como educadora.  Pensei em denominar este processo de “educação relacional” - reflexiva, crítica, criativa, dialógica, interativa, transformadora e inovadora.
Acredito que o fio que atravessa e faz a conexão Espiritualidade e Educação chama-se AMOR! É o amor que transforma a nossa vida, abrindo espaço para uma visão e  uma aprendizagem compartilhada!
As pessoas espiritualizadas são as pessoas que possuem uma visão ampla da vida e são comprometidas com a vida de todos os seres vivos. São as pessoas do paradigma do “NÓS” e não do paradigma do “EU”.
Marcelino Champagnat expressa em poucas palavras a nossa responsabilidade como educadores  “... para bem educar as crianças é preciso amá-las..."
Os valores da educação marista acenam para uma aprendizagem colaborativa e de amorosidade: presença qualificada, simplicidade, espírito de família, amor ao trabalho – persistência e confiança. Estes  valores  revelam a importância do desenvolvimento de uma cultura do pertencimento e do comprometimento, neste mundo tão fragmentado em que vivemos.
Como educadora apaixonada pela temática – Espiritualidade e  Educação –  acredito que as experiências e  os significados compartilhados possuem uma força  avassaladora para o desenvolvimento humano das crianças, adolescentes, jovens e adultos.

Vamos refletindo...
Quais as minhas experiências de encontro com as crianças e o sentido da vida?

Qual a minha obra de arte na teia da vida?