sábado, 12 de julho de 2014

O EQUILIBRISTA



(cf.Google imagem)

No ciclo da vida é necessário aprender e reaprender a deixar algumas coisas para trás e abraçar outras que tenham sentido para seguir em frente sem abater pelas contrariedades.
Este pensamento emergiu do diálogo com uma pessoa  que relatava as suas tristezas e contrariedades sofridas ao longo de sua existência. Ela  dizia que estava cansada de tentar partilhar o que vivia e sofria com uma pessoa que considerava  amiga, pois esta não a deixava falar dos acontecimentos vividos e sempre mudava os rumos da conversa. Eu escutei silenciosamente e ela disse  "Você me escuta e me entende?" Fiquei surpresa com a pergunta e neste momento veio na mente a imagem de um equilibrista. A minha resposta foi espontânea "Escuto, entendo e penso que você está sendo desafiada para ser uma equilibrista  na vida. Pensemos em um circo, uma corda e um equilibrista".
Em seguida,  Mônica começou a  falar de seus sentimentos de modo  simples  e espontâneo, recordando de sua infância e de uma ida ao circo com os seus pais. Ela disse que   admirada com o equilibrista perguntou "Pai, como ele anda neste fio tão fino e não cai?"  O pai sorrindo respondeu "Minha filha, este homem aprendeu a confiar nele mesmo e colocou o olhar para o que desejava alcançar - o equilíbrio na corda para ir de um lado ao outro".
Mônica estava fazendo a experiência da solidão para andar na corda da própria vida e com poucos minutos de escuta atenta, ela expressou "Um equilibrista arrisca a vida  com desprendimento, coragem, aprendendo  a trabalhar a ansiedade e o medo. Eu preciso confiar em mim, superar as contrariedades da convivência humana e reconhecer que sou humana demais, mas que tenho condição interna para superar as frustrações e ter expectativa zero com a pessoas".
Eu fiquei pensando na experiência vivida pela Mônica e por tantas pessoas que desejam encontrar um ombro amigo, mas criam  expectativas altas e vivenciam frustrações. A pessoa amiga de Mônica também tem uma história de vida e precisa ser escutada e compreendida.
O importante na busca de compartilhamento de sentimentos  é compreender que existem pessoas que  não sabem lidar com os próprios sentimentos e encontram dificuldades para escutar os sentimentos dos outros. No ciclo da vida encontramos pessoas livres ou pessoas pressas em si mesmas, pessoas que escutam e pessoas com medo de se escutarem, pessoas que mentem e pessoas verdadeiras consigo e com os outros, pessoas medrosas e pessoas corajosas, pessoas amigas e pessoas que não sabem ser amigas, pessoas que amam e pessoas com medo de amar, pessoas que perdoam e pessoas que guardam rancor, pessoas que olham nos olhos e pessoas que escondem o olhar, pessoas que falam e pessoas que calam, pessoas que olham para trás e pessoas que olham para frente, enfim pessoas humanas que sofrem e se alegram. Amadurecer significa sofrer, aprender  com a dor e as contrariedades da existência humana. Amadurecer é um movimento interior para superar as perdas e alcançar o desprendimento de tudo o que bloqueia manter o foco na vitória de andar sobre as cordas da vida.
Nas  empresas, nas escolas e em todos os ambientes sociais é importante cultivar a confiança em si e nos outros para pisar firme na corda das possibilidades.
 Para isto é importante o autoconhecimento e a coragem para deixar o coração aberto para o que virá.
Sem coração o sucesso pessoal e social é um verniz que dura pouco. Cultive bons sentimentos e compartilhe o que é bom e conduz para o bem.
Boa reflexão, abraço,
Eliane Azevedo