segunda-feira, 4 de julho de 2011

Conexões transformacionais


(cf. google imagem)

Um grupo de 1500 educadores - CONEXÃO RCE-  reunidos em torno da temática "EDUCAÇÃO E RESULTADOS", conectados por uma energia "solar" e dispostos a uma mudança transformacional, com certeza cultivarão bons frutos na prática cotidiana educacional.
Percebi que no vai e vem do evento, novos significados e novas descobertas "tocaram" a mente e o coração de muitos. A fala dos conferencistas, a comunicação silenciosa e  falante dos participantes em todos os momentos, os olhares de acolhida no ambiente do evento, a organização criativa e inovadora, a presença de cada um, com certeza foi coroada com a experiência  valiosa da vida cristã: a gratuidade do gesto de amar. O espaço da sala de transcendência revelou esta sustentabilidade de todo o acontecer humano e divino do encontro de educadores. Pessoas de lugares diversos do Brasil conectados pela energia do SOL!
O verdadeiro processo de educação é um processo de conexão  que ultrapassa a matéria, o "tocável" e imprimi o resultado maior que alimenta todos os frutos do bem-viver. Isto é sustentabilidade!
Muitas vezes, ficamos imersos na busca de uma sustentabilidade exterior e pouca atenção damos a sustentabilidade interior. Fiquei pensando nesta dimensão da existência humana e pude contemplar nos olhares de muitos educadores, nestes dias, que existe algo maior e que a comunicação ultrapassa o conhecimento material. A eternidade dos gestos é algo inexplicável. Nossa sociedade precisa de educadores competentes para abraçar, conectar, unir, logar, contactar, conexionar e deixar fluir a energia que irmana todas as pessoas na sua singularidade.
Somos conectados pela energia solar que irmana vontades, desejos, sonhos e que não precisamos de muitas palavras. A energia solar, segundo os dicionários, atinge uma célula fotovoltaica produzindo eletricidade e atinge uma superfície escura transformando-a em calor. Creio que esta reflexão "casa" com a conferência do Dr. Nilbo Nogueira "É PRECISO MUDAR?"
Nilbo abrilhantou o evento e proporcionou uma experiência interessante - "Você não ensina a emoção, mas atitudes práticas, gestos..." O gesto do abraço foi uma proposta reflexiva e interativa para além da etimologia das palavras.  No dicionário encontrei "abraço: quando duas ou mais pessoas ficam entre os braços da outra". E assim, podemos pensar nos resultados da educação como propiciadora de gestos que humanizam as pessoas e potencializam o essencial, movendo a construção de resultados sustentáveis na cadeia da vida humana.
Este Congresso proporcionou-me uma nova reflexão e significado no processo de aprender, despertando-me para a grandiosidade do valor da gratuidade e da resiliência nas relações educacionais. Acredito que os resultados virão da potencialização dos sonhos de gente que aprende na experiência das noites e dias da existência humana. "Há um tempo para tudo".  É preciso  mudar e aprender a cuidar do tempo do outro aprendiz, do tempo que o outro precisa para acordar em si o verdadeiro sentido de existir para o "abraço gratuito", abrindo os braços para a conexão solar - fonte inesgotável de todas as construções.
É maravilhoso quando percebemos que existem educadores mobilizados e conduzidos pela energia transformacional. Eles não possuem medo de ser o que são e abraçam os outros aprendizes para o vir-a-ser "protagonistas" de um mundo saudável.
Com William Shakespeare concluo este breve insigth sobre CONEXÕES TRANSFORMACIONAIS.

 "Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma
(...) Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"  (W.Shakespeare).

Nós educadores aprendemos na travessia da vida - a captar o cerne dos problemas e a solução para os mesmos; a dar um salto por cima das decepções e desencontros; a desapegar o coração; a lidar com situações e pessoas complexas; a envolver as pessoas para o que é maravilhoso; a ter atitude frente a própria vida e a vida do outro; a lidar com o imprevisto; a observar o pano de fundo que norteia a vida das pessoas e seus relacionamentos; a lidar com gente que tem vontade de aprender e ficar diante da energia solar que transforma e aquece...

Quando descobrimos que os resultados emergem desse "aquecimento", podemos olhar a todos e a tudo com a coragem de conectar - contactar - unir - comunicar - conexionar e ser feliz.

Vamos cultivando os potenciais que dão sustentação ao gesto maravilhoso e gratuito de amar a educação. Amar a educação é amar as pessoas concretas, com a simplicidade de uma criança e a ternura da maturidade humana.

Feliz travessia interior a todos vocês e deixemo-nos conduzir pela energia solar transformacional!
Abraço gratuito, Eliane Azevedo

domingo, 12 de junho de 2011

ÉTICA LITERÁRIA e AVANÇO TECNOLÓGICO na EDUCAÇÃO INOVADORA

Queridos leitores e seguidores do blog TRAVESSIAS EM EDUCAÇÃO!

Um feliz domingo para vocês!
Agradeço a visita, leitura e comentários postados no blog. A vida é uma escola e aprendemos de diversas maneiras. No mundo contemporâneo avançamos para a interatividade e conhecimento virtual. São tantas as informações e pérolas de contéudo disponíveis! Um avanço tecnológico extraordinário, mas também propiciador de muitas cópias.
Somos desafiados para um novo olhar e uso da tecnologia  de maneira ética, bem como para a produção e publicação  de textos literários.
Parece que muitas pessoas não conseguem perceber o próprio potencial  e acabam transcrevendo textos na íntegra, de forma literal, não citando a fonte e o autor.
Por que anular os autores dos textos e a fonte dos mesmos?
O que mobiliza tal contemplação de textos e expressões poéticas idênticas ao outro?
Será o que a psicanalista Melanie Klein diria isto?
Quais os valores invadem nossas mentes e ações?

Estou provocando uma reflexão com todos os leitores!!!
Os escritos  publicados nas mais diversas fontes do mundo atual são fontes de inspiração para novos conhecimentos, mas a citação literal deve conter a fonte e autor, ainda mais quando se refere a material já publicado em revista impressa e também disponíveis online. Cópia idêntica é demais!!!

Tenho escrito neste blog, buscando construir uma rede de relações educacionais e   colaborar para uma aprendizagem interativa e colaborativa, conforme a proposta do mesmo.
Os insigths pessoais pertencem ao autor e depois de compartilhados são enriquecidos por mais vidas, construindo novos conhecimentos, fazendo parte do mundo e para o mundo.Mas, com direito de REFERÊNCIA LITERÁRIA (citação da fonte e do autor) nos parágrafos e quase todo o texto na íntegra.

Amo escrever e compartilhar com as pessoas por este mundo afora, mas sinto responsável para o desenvolvimento de valores éticos na construção literária e para o avanço tecnológico na educação, isto é uma educação inovadora para escolas inovadoras.

Vamos cultivar o potencial interno, mas de forma criativa. Que os pensamentos dos outros sejam fonte de inspiração para novas produções e não  cópias.

Nesta manhã, partilho com todos vocês  a minha intenção com os escritos no blog e em revistas. São escritos que desejam provocar uma reflexão e cultivo de valores maiores!

Esta realidade faz pensar em limitar certas postagens, mas todas com direitos autorais.

Abraço fraterno, Eliane Azevedo
Em 12 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

SINTONIA NA ARTE DE APRENDER

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Na travessia da vida, surpreendidos pela simplicidade das pessoas, aprendemos que viver é algo maravilhoso e que o conhecimento é fruto dos nossos desejos de humanização para todas as pessoas. 
Hoje, pude escutar alguém dizendo “o que tenho é sintonia”. Que rica expressão! Esta escuta me fez pensar na arte de aprender em sintonia com os valores que promovem o bem viver!
Nossos ambientes educacionais, nossos lares tantas vezes carecem das verdadeiras sintonias para a inovação do processo de construção do conhecimento.
Alguns pontos de reflexão:
  •  Sintonia é uma energia conectiva que faz desabrochar o potencial criativo do aprendizado
  •  Sintonia é um bem querer sem explicação
  •  Sintonia implica em renovação e busca do sentido da vida
  •  Sintonia é algo que precisa ser cultivado entre as crianças, os adolescentes, os jovens e os adultos
  • Sintonia ultrapassa a capacidade intelectual de conhecer, mas é parte integrante do processo de aprendizado
  •  Sintonia é a potencialidade de ser e do vir-a-ser
  • Sintonia, enfim, é uma construção do coração para novas descobertas e empreendimentos na travessia da vida
A relação educador-educando, aprendiz-aprendiz, deve ser como uma teia construída com fios significativos e carregados de sintonia.  Nos “bancos”, que hoje já não são mais bancos, da escola deveriam estar registrados “aqui se aprende com sintonia as palavras do viver para o sucesso pessoal, social e profissional”.
Um desafio para o nosso mês de junho: vamos refletir sobre o potencial criativo das sintonias na rede de relações educacionais.
O sucesso de uma pessoa e de uma instituição educacional está na capacidade de sintonizar os sonhos, os desejos e empreender uma ação conjunta para o desenvolvimento de todos os seres vivos.

Um grande abraço, Eliane
Fonte: http://www.linhadireta.com.br/pages/coluna.php?codigo=Eliane%20Azevedo

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A EDUCAÇÃO DO OLHAR


(cf. google imagem)
Em um encontro com educadores, neste lindo mês de maio, pude constatar a importância da educação do olhar e pensar em alguns pontos para reflexão.
Rubem Alves¹, eterno poeta e leitor da beleza da alma humana, fala dessa importância de educar para o olhar

"Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação, didática - mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar, ou à importância do olhar na educação” (ALVES, 2002, p.35).
Tenho conversado com muitos educadores sobre uma educação relacional e nestes encontros interhumanos percebo o desejo do aprender a olhar-se, olhar o educando, olhar os outros aprendizes, olhar o diferente, olhar as crises e as conquistas, olhar os seres vivos, olhar a vida e se reconhecer no olhar de um ser supremo, Deus.
Pensando em poesias... podemos reconhecer que  uma poética do olhar  abre nossos olhos – da mente e do coração - para uma reflexão criativa  e para a possibilidade de recriar o nosso jeito de ser, amar, lutar, sofrer, transcender e  viver em busca do essencial – o sentido último da vida.
De acordo com estudiosos, o  olho e o  cérebro  estão interconectados  pelos nervos ópticos e  a  estrutura celular da retina   é uma expansão  da estrutura celular do cérebro.  Desta maneira, podemos compreender que existe uma interdependência bonita e de registros significativos em nosso corpo. Em várias situações da existência humana somos “tocados” pela alma dos olhos. Aprendemos  a pensar o olho como um órgão visual e pouca atenção damos ao olhar, como expressão de movimento e como a alma dos olhos.
Educação do olhar
  •  Movimento
  •  Encontros interpessoais
  •  Nova leitura do eu, dos outros, do mundo, da vida
  •  Treinamento  interior e exterior
  •  Possibilidade de conexões
  •  Novo modo de enfrentar as crises, adversidades, desafios
  •  Revelação da singularidade humana
  •  Recriação do sentido da vida
  •  Percepção dos significados da existência humana em conexão com a fonte da vida
  •  Compreensão de uma beleza maior dentro do eu e dentro dos outros
  •  Transcender  - ultrapassar a superfície e penetrar na profundidade dos      verdadeiros  valores humanos, éticos, solidários e espirituais
  •  ... e podemos continuar escrevendo a nossa reflexão.
A partir da reflexão partilhada, continuo pensando sobre a  beleza da “alma dos nossos olhos”.
Vamos cultivar a arte de olhar e reconhecer em nossas vidas a brilhante frase do Pequeno Príncipe “O essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração”.
Um grande abraço, Eliane

Este texto foi publicado na Coluna Eliane Azevedo - Linha Direta em Educação  http://www.linhadireta.com.br/
¹ ALVES, R. Por uma educação romântica. Campinas, SP, Papirus, 2003, p.35.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

PROTAGONISTAS NO PALCO DA VIDA

                                                                            (cf. google imagem)

Numa linda e silenciosa manhã, diante de um lago, eu estava ouvindo o canto dos pássaros e o barulho dos patos na água. Escutar a natureza é algo surpreendente e inspirador. Fiquei pensando na poética do silêncio e lembrei-me da frase de Nelson Mandela “Se falares a um homem numa linguagem que ele compreenda, a tua mensagem entra na cabeça. Se lhe falares na sua própria linguagem, a tua mensagem entra-lhe no coração”. Linguagem e silêncio são meios fundantes das relações de encontro. O encontro supõe uma capacidade de comunicação, depende da relação estabelecida e de uma experiência de “encantamento”. As pessoas que cultivam a arte do encantamento com a beleza da natureza, com a beleza do outro humano, com o reconhecimento da própria beleza interior revelam uma disposição para serem protagonistas no palco da vida.
            A representação mental e afetiva das imagens procedentes do compartilhamento de experiências e significados nos encontros interhumanos, com o universo, com o próprio ser, possibilita avançar na construção de vínculos favoráveis para o desenvolvimento humano em todas as dimensões do ser e do vir-a-ser, do presente e do futuro.
            O mundo atual é invadido pela corrida do tempo e assim pouco tempo as pessoas possuem para a contemplação da beleza da natureza, pouco tempo para ouvirem os pássaros e o barulho das águas, pouco tempo para escutarem a si e os outros, pouco tempo para a maravilhosa arte de compartilhar a vida.
Alfonso López Quintás, em sua obra Inteligência Criativa: descoberta pessoal de valores, apresenta reflexões interessantes sobre o ENCONTRO. Para este autor, o encontro “implica entreverar o próprio âmbito de vida com o de outra realidade que reage ativamente diante da minha presença”. Creio que o verdadeiro encontro é um ativador de possibilidades e potencialidades para o desenvolvimento criativo do ser humano.
Ser protagonista no palco da vida e diante da vida supõe disposição para enfrentar desafios e construir um sentido de integridade pessoal, supõe motivação e capacidade de realizar ações com autonomia e comprometimento, supõe o cultivo da autoconfiança – da confiança no outro, da confiança no Transcendente, supõe criatividade para aflorar o potencial interno e ter como foco o aprender a viver. Ser protagonista no palco da vida requer sair de trás das cortinas, tirar as máscaras, subir no palco acreditando que é possível vencer as dificuldades e escolher sempre a busca do triunfo interior. Como diz Guimarães Rosa, na última frase de sua obra Grande Sertão Veredas – “Existe é homem humano. Travessia”.
Desde o nascimento, nós, crianças, adolescentes, jovens, adultos desejamos e sonhamos com a relação de mutualidade. Aprendemos a linguagem e o silêncio para a comunicação de nosso eu mais profundo. Muitas vezes, no decorrer dos anos, desaprendemos esta maravilhosa arte de viver e ficamos imersos na superficialidade e automatismos nas relações interpessoais.  Creio que nos centros educativos, nós precisamos resgatar a filosofia do aprender a SER HUMANO, para o desenvolvimento de uma ação empreendedora no palco da vida – colaborar para que o ser humano seja - um ser humano consciente de si, autoconfiante, resiliente, corajoso, disposto a enfrentar desafios, comprometido, em busca de harmonização e integridade, disposto para a travessia do encontrar-se, encontrar com os outros humanos, com todos os seres vivos e com Deus.
Unidos e juntos podemos fazer esta travessia na educação para a vida.

domingo, 17 de abril de 2011

A POÉTICA DO SILÊNCIO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

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No sábado, visitando uma educadora amiga, com  seus mais de 50 anos na educação, reconheci a poesia nas entrelinhas de nosso diálogo e olhando um vaso com flores amarelas, brancas e lilás sobre a mesa, compreendi que a percepção da comunicação está para além das palavras faladas. Um vaso de flores fala por si e cada pessoa faz uma leitura do mesmo, despertando ressonâncias e repercussões.
Histórias de aprendizagem foi o centro da conversa, desencadeando recordações de algo que escrevi quando tinha os meus doze anos de idade com o título “Reflexos do sol na água”.
Gaston Bachelard, filósofo, em sua obra “A poética do Espaço” apresenta uma reflexão filosófica sobre a imagem poética como uma repercussão do ser - “As ressonâncias dispersam-se nos diferentes planos de nossa vida no mundo, a repercussão convida-nos a um aprofundamento da nossa própria existência”. E buscando uma conceituação de tais termos em Bachelar, encontro que  “Na ressonância ouvimos o poema; na repercussão o falamos, ele é nosso”.
E comecei a pensar na poética do silêncio nas relações aprendiz-aprendiz que é a relação educando-educador.
A vida é uma obra de arte! Vivê-la com intensidade é um desejo natural e universal! A sede do belo, do sentido da vida é algo inato em nós e ultrapassa a nossa capacidade de nomear as vivências significativas. A luz interior é um reflexo de nosso ser em contínuo aprendizado e descobertas. Para compreendermos tal dinâmica é preciso reencontrar com o mais íntimo de nós mesmos e assim torna-se necessário um silêncio fecundo para escutar o próprio ser em sintonia com outros seres.
Carlos Drummond de Andrade apresenta uma poética do silêncio em seu verso “Escolhe teu diálogo e tua melhor palavra ou teu melhor silêncio. Mesmo no silêncio e com o silêncio Dialogamos”.
Na travessia da vida, as imagens poéticas brotam da essência de um ser falante, criativo, inovador, crítico, expressivo, tradutor das alegrias e tristezas da alma em versos. Estas imagens são formadas em um contexto, na rede de relacionamentos e encontros interhumanos, mas a conexão profunda parte do próprio ser que estabelece uma ligação íntima com a essência da vida.
O silêncio é uma maneira simples de expressar, sem o ruído das palavras, o nosso ser mais profundo. A linguagem do silêncio é uma obra de arte a ser lida com os olhos de quem ama e busca o sentido da vida.
Aprendiz-Aprendiz, Educando-Educador, somos todos nós que mergulhamos na riqueza da voz do silêncio e na riqueza dos momentos da voz pronunciada. Um aprendizado de ressonâncias e de repercussão.
Um reflexo de sol na água é algo encantador e meus olhos brilham ao recordar tal imagem materializada no rio que corta a cidade onde nasci. Pena que não guardei em papel tal escrito. Fico pensando nas crianças e adolescentes que desejam falar de suas potencialidades, de suas angústias, de suas obras de arte e esperam pelos interlocutores da educação para uma maior compreensão de si e dos outros.
Acredito que, como educadores, nós somos convocados pelo universo para uma leitura do silêncio das palavras. Uma criança de cinco anos, certo dia, brincando comigo disse “a minha mãe não me escutou hoje”. Eu perguntei “o que você falou?” E surpresa fiquei com a resposta “eu não falei falando, eu estava triste que a minha bola tinha furado e ela nem olhou pra mim”.  
Ressonâncias e repercussão - uma forte sintonia, uma influência potencializadora nos relacionamentos interpessoais. Um eco silencioso emerge nas comunicações. Nós, adultos, precisamos cultivar uma escuta das “palavras não faladas” pelas crianças e aprendermos estratégias de intervenção para escutar o silêncio falante de seres humanos desejosos de amadurecimento e compreensão.  Mesmo no silêncio, nós dialogamos e nossa ação e reação estão conectadas com a nossa capacidade de sintonizar a mente e o coração com a vida de todos os seres vivos.
Um convite para a semana: vamos tentar escutar o silêncio para além de tantos ruídos do mundo contemporâneo!
Uma boa semana, abraços, Eliane

terça-feira, 12 de abril de 2011

SER OU NÃO SER... A GENTE APRENDE...

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 “Ser ou não ser, eis a questão” (no original em inglês: To be or not to be, that's the question) é uma das frases mais famosas da literatura e possui uma  profunda filosofia. William Shakespeare abre espaço para a  continuidade de nossas reflexões sobre o ser  contextualizado - o ser em um caminho de busca e em situação de escolhas.
Escolhas que  exigem um aprender sempre.
Na dinâmica da construção do “conhecimento” que ultrapassa as letras, os números, a tecnologia e  todas as  informações,  somos desafiados a  uma eterna travessia. Uma travessia criativa e com os pés na realidade, avançando no conhecimento do próprio ser  para  ser mais humano,  mais desprendido, mais livre e assim mais gente que aprende. Vamos caminhando no aprendizado... temos  mil razões para viver e ajudar  as  pessoas no contínuo processo de amadurecimento humano e espiritual.
Nós, educadores, precisamos cultivar um profundo mergulho na vida,   reconhecendo que somos seres inacabados, seres em busca do vir-a-ser e de um mundo mais humanizado. As escolhas são frutos de nossos sonhos e desejos!!!
Os centros educativos  precisam romper com os velhos paradigmas, entre eles, os paradigmas de resultados numéricos. Vamos fazer escolhas  que  tenham o  foco  na formação de gente que pensa, reflete, sofre, ama, vive, deseja viver e aprender...

Convido você, leitor amigo, para uma travessia interior com a leitura do texto de   William Shakespeare:

           “Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão  e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"