terça-feira, 21 de outubro de 2014

APRENDER


cf.google imagem

Aprender é uma arte cultivada no cotidiano da vida e nas mais diversas experiências do viver. Aprender ultrapassa os muros escolares e requer uma disposição interior e exterior para seguir aprendendo. Neste caminho, o ser humano amadurece a sua capacidade de diálogo, escuta, estabelecimento de vínculos, interlocução, comprometimento e contribuição para que todas as pessoas possam desenvolver os seus potenciais na dinâmica colaborativa do viver aprendendo.
Aprender é o foco da educação. Um novo aprendiz emerge com curiosidade diante da velocidade dos tempos atuais. Um novo professor emerge como mediador de uma aprendizagem significativa. Uma nova escola poderá emergir da busca de novas metodologias para o aprender que tenha a formação integral do ser humano como prioridade.
A aprendizagem humana é relacional, dialógica, interativa e colaborativa. Para empreender este processo, as escolas precisam definir com clareza o que se pretende alcançar, que resultados quantitativos e qualitativos na educação. Este processo requer um planejamento, monitoramento e avaliação constante, o que favorecerá um reordenamento constante das ações a serem realizadas. Para o sucesso do processo ensino e aprendizagem é importante a promoção de um ambiente educacional de confiança, valorização dos potenciais de cada pessoa e estabelecimento de vínculos que favoreçam o trabalho colaborativo.
Aprender é avançar no olhar para a realidade e para além da realidade atual. Aprender é expressão da curiosidade e criatividade no processo de desenvolvimento das habilidades cognitivas e socioemocionais.  Esta reflexão possibilita pensar na importância do trabalho em equipe, no aprender com os erros, no desenvolvimento da autoconfiança, no respeito às diferenças, na capacidade de resolver problemas e de  desenvolver o espírito colaborativo para a constituição de um novo aprendiz (curioso e criativo), um novo professor (mediador de experiências significativas), uma nova escola  (aberta e inovadora para as novas formas de aprender e ensinar) visando a formação integral do ser humano.
Para Leonardo da Vinci, aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.
Aprender é  conquistar a  confiança de seguir em frente aprendendo sem medo do que virá.
Aprender é sonhar com um conhecimento sempre novo e inovador que conduz a realização pessoal e coletiva. Aprender é voar com as asas do “olhar” -  investigar, desejar descobrir algo novo, superar as limitações, avançar em novas estradas e do “amar” – saborear as experiências significativas, envolver com o conhecimento que produz frutos no saber viver nas diversas circunstâncias e realidades do mundo atual.
Abracemos o voo do aprender que vai além das experiências e conteúdos conhecidos. Tenhamos a coragem de aprender a aprender sempre.
Boa reflexão, abraços, Eliane Azevedo

sábado, 12 de julho de 2014

O EQUILIBRISTA



(cf.Google imagem)

No ciclo da vida é necessário aprender e reaprender a deixar algumas coisas para trás e abraçar outras que tenham sentido para seguir em frente sem abater pelas contrariedades.
Este pensamento emergiu do diálogo com uma pessoa  que relatava as suas tristezas e contrariedades sofridas ao longo de sua existência. Ela  dizia que estava cansada de tentar partilhar o que vivia e sofria com uma pessoa que considerava  amiga, pois esta não a deixava falar dos acontecimentos vividos e sempre mudava os rumos da conversa. Eu escutei silenciosamente e ela disse  "Você me escuta e me entende?" Fiquei surpresa com a pergunta e neste momento veio na mente a imagem de um equilibrista. A minha resposta foi espontânea "Escuto, entendo e penso que você está sendo desafiada para ser uma equilibrista  na vida. Pensemos em um circo, uma corda e um equilibrista".
Em seguida,  Mônica começou a  falar de seus sentimentos de modo  simples  e espontâneo, recordando de sua infância e de uma ida ao circo com os seus pais. Ela disse que   admirada com o equilibrista perguntou "Pai, como ele anda neste fio tão fino e não cai?"  O pai sorrindo respondeu "Minha filha, este homem aprendeu a confiar nele mesmo e colocou o olhar para o que desejava alcançar - o equilíbrio na corda para ir de um lado ao outro".
Mônica estava fazendo a experiência da solidão para andar na corda da própria vida e com poucos minutos de escuta atenta, ela expressou "Um equilibrista arrisca a vida  com desprendimento, coragem, aprendendo  a trabalhar a ansiedade e o medo. Eu preciso confiar em mim, superar as contrariedades da convivência humana e reconhecer que sou humana demais, mas que tenho condição interna para superar as frustrações e ter expectativa zero com a pessoas".
Eu fiquei pensando na experiência vivida pela Mônica e por tantas pessoas que desejam encontrar um ombro amigo, mas criam  expectativas altas e vivenciam frustrações. A pessoa amiga de Mônica também tem uma história de vida e precisa ser escutada e compreendida.
O importante na busca de compartilhamento de sentimentos  é compreender que existem pessoas que  não sabem lidar com os próprios sentimentos e encontram dificuldades para escutar os sentimentos dos outros. No ciclo da vida encontramos pessoas livres ou pessoas pressas em si mesmas, pessoas que escutam e pessoas com medo de se escutarem, pessoas que mentem e pessoas verdadeiras consigo e com os outros, pessoas medrosas e pessoas corajosas, pessoas amigas e pessoas que não sabem ser amigas, pessoas que amam e pessoas com medo de amar, pessoas que perdoam e pessoas que guardam rancor, pessoas que olham nos olhos e pessoas que escondem o olhar, pessoas que falam e pessoas que calam, pessoas que olham para trás e pessoas que olham para frente, enfim pessoas humanas que sofrem e se alegram. Amadurecer significa sofrer, aprender  com a dor e as contrariedades da existência humana. Amadurecer é um movimento interior para superar as perdas e alcançar o desprendimento de tudo o que bloqueia manter o foco na vitória de andar sobre as cordas da vida.
Nas  empresas, nas escolas e em todos os ambientes sociais é importante cultivar a confiança em si e nos outros para pisar firme na corda das possibilidades.
 Para isto é importante o autoconhecimento e a coragem para deixar o coração aberto para o que virá.
Sem coração o sucesso pessoal e social é um verniz que dura pouco. Cultive bons sentimentos e compartilhe o que é bom e conduz para o bem.
Boa reflexão, abraço,
Eliane Azevedo

quarta-feira, 16 de abril de 2014

HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS


(cf. google imagem)
 
Atualmente crescem os estudos sobre a temática das Habilidades Socioemocionais e confirma-se que estas habilidades devem ser estimuladas desde os primeiros anos de vida. Estive participando de um grupo de debate sobre a Teoria dos Jogos - os "jogos psicológicos" e fiquei pensando  no desenvolvimento das Habilidades Socioemocionais  para um relacionamento interpessoal saudável.
 
Segundo Claude Steiner, no seu livro Os Papéis que vivemos na vida, o "Jogo" é o evento transacional que produz a recompensa que leva adiante o Script. Assim, o jogo tem sempre um final previsível, terminando com um mal estar e uma confusão para poder chegar a um benefício emocional para as pessoas que estão no jogo, sendo o maior benefício manter o script. O script é  como uma única forma de atuação da pessoa.
O jogo psicológico é apresentado por Berne, autor da obra Os Jogos da Vida, com alguns passos e assim comecei a fazer uma releitura sobre os mesmos:
 
- isca , a parte oculta, inconsciente  da pessoa A
- fraqueza, o ponto fraco, vulnerável da pessoa B
- resposta,  a entrada da pessoa B no jogo
- mudança,  a troca de papéis da pessoa A e da pessoa B; a pessoa A gera mudança na pessoa B e emerge surpresas
- confusão, momento de perplexidade com a mudança e preparando o benefício final
- benefício final, o prêmio da pessoa A e da pessoa B no final do jogo.
 
Os jogos interpessoais para serem superados e para que o benefício final seja o prêmio do encontro verdadeiro entre as pessoas é necessário uma sólida base socioemocional.  Assim, penso que as habilidades socioemocionais favorecem o amadurecimento pessoal  e envolvem o autoconhecimento, a autoestima, a capacidade de resolução de conflitos, a capacidade de superar as frustrações, a convivência social, a facilidade de relacionamento e a tomada de decisão.
 
As famílias e as escolas são ambientes para o cultivo do aprendizado interpessoal e devem ter como foco a pessoa por inteiro, em todas as dimensões do viver - corporal, intelectual, psíquico, espiritual, social, profissional e enfim relacional para o desenvolvimento da confiança, liberdade, empatia e solidariedade.
 
Nos vínculos que estabelecemos torna-se essencial:
- olhar a outra pessoa na sua realidade
- olhar para si na sua realidade
- estender a mão para ajudar o outro
- deixar-se ser ajudado, ajudada pelo outro
-  perdoar e  amar  a si mesmo
- perdoar e amar o outro como ele é, ajudando-o a ser cada vez melhor
- proclamar que o sentimento mais nobre e puro vem da gratuidade de simplesmente amar com  transparência  e desprendimento
- cultivar o encontro com o verdadeiro Eu
- alegrar com os passos que ultrapassam os "jogos da vida" e que conduzem para o prêmio final da verdadeira felicidade.
Boa leitura e reflexão.
Abraços, Eliane