sexta-feira, 11 de novembro de 2011

EDUCERE 2011: reflexivo, prático, cultural e espiritual


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Um espaço de cuidado é fundamental na vida humana. E assim escutei, no belo espaço da PUCPR,  algumas vozes de educadores no X Congresso Nacional de Educação - EDUCERE 2011.
A vida é um grito ao cuidado. Precisamos  sentar na cadeira da vida e acolher a diversidade  humana na sua potencialidade e vulnerabilidade. Precisamos levantar da cadeira da vida e dar passos para uma ação solidária e cuidadosa com as pessoas na sua essência.
Pesquisas com crianças expressam a potencialidade de um ser aprendente e desejante de uma sociedade pautada na "solidariedade prática".
Pesquisas com educadores expressam a urgência de uma formação docente que ultrapasse  a dimensão estratégica de um SABER PEDAGÓGICO LIMITANTE e  que possa INTEGRAR as EXPERIÊNCIAS VIVIDAS no contexto sócio-cultural.
Pesquisas  revelam  que os currículos não são apenas conteúdos estruturados e hierarquizados, mas  contemplam os encontros nos corredores das instituições educacionais e momentos diversos dentro e fora da sala de aula.
Pesquisas traduzem a inovação da EAD e são enriquecidas com uma profunda humanização da tecnologia, trazendo para o processo de aprendizagem o foco de uma construção relacional. Neste processo emerge uma atenção especial aos nossos irmãos cegos e surdos que interagem nas salas de aula da EAD. Para além de palavras  escritas, faladas e  de imagens, o processo de aprendizagem é um desafio relacional.
A dimensão do cuidado nos abraçou no EDUCERE 2011 e assim podemos compreender que os valores  "Respeito,  amor, espiritualidade e justiça social" são as nossas bússolas para uma vida mais saudável e uma educação integradora.
Vamos sentar na cadeira da vida, por uns instantes e refletir...
Vamos em frente, caminhando  para um  LEVANTAR  ancorado na fortaleza de uma ação comunicativa e solidária.
Continuo pensado na cadeira gigante da PUCPR. Um espaço provocador de reflexões e de visão de futuro!!!
Grande abraço,
Eliane Azevedo -  Colunista  www.linhadireta.com.br

domingo, 23 de outubro de 2011

O "TIM TIM" DO APRENDIZADO


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Nesta  manhã, quando falava ao telefone com uma criança de cinco anos, recordei de um encontro familiar no período de férias. O menino diante de uma mesa de refeição, com uma garrafa de vinho e algumas taças, fala para a mãe  “vamos fazer o ‘tim tim’  do vinho”. A mãe coloca água e um pouquinho de vinho. Mas o menino contesta “eu quero vinho puro, porque sei que o vinho é como um sentimento bonito que faz o brinde da vitória”. Perplexa com a resposta, eu fiquei observando a cena. A mãe coloca  um “dedinho” de vinho puro e o menino sorri, brinda com a mãe e somente depois convida os demais para brincar de “tim tim”.
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Uma cena simples, mas profunda na sabedoria de um coração de criança. Comecei pesquisando o sentido simbólico do vinho, as estrelas de produção no mercado internacional, a espiritualidade contida no gesto de compartilhar  significados para além de uma taça de vinho.

Procurando sistematizar alguns pensamentos:
·   o vinho é uma bebida bíblica - expressa a sabedoria do coração e a profundidade dos rituais e celebrações...
·   o valor benéfico do vinho à saúde é conhecido desde a Antiguidade - além de antioxidante, ele apresenta propriedades antiinflamatórias, antitumorais,  ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares; diminui chances de pedras nos rins; contribui para melhorar  a atitude psicológica; protege contra o mal de Alzheimer...
·   o gesto silencioso de abrir uma  garrafa  de vinho, retirando  a rolha que aprisiona  anos em aromas expressa  a busca do ser humano pelos encontros que conduzem ao sentido do bem-viver...
·   em muitos momentos, somos como os enólogos diante do vinho da vida – tomamos decisões e muitas vezes somos como os enófilos que para uma decisão precisamos de um pouco de vinho...
E assim, fico pensando na frase do  poeta inglês, Edward Young: "A amizade é o vinho da vida."
Um abraço  tim tim” para os meus queridos leitores.
Eliane Azevedo

Para refletir:
No cotidiano das relações educacionais, entre as crianças e os adultos, como podemos cultivar o sentimento do bem-viver e bem-estar com as pessoas?
Como podemos potencializar a tomada de decisões assertivas e saudáveis no contexto familiar, educacional e social?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

"ASAS" E TRAVESSIAS INOVADORAS


Ponte JK - Brasília
Na travessia da ponte JK, em Brasília, tive o insigth de começar escrever algo sobre as "ASAS" que conduzem para as  travessias  inovadoras, transformadoras e empreendedoras na vida.
Uma visão panorâmica possibilita um pensar criativo!
Este pensar pode contribuir para a construção de uma visão compartilhada e uma aprendizagem colaborativa - duas  "asas" sustentadas pelo princípio do "viver" e um "VIVER" saudável, dialógico, irradiador de felicidade e de encontros  interhumanos.
Voltemos o olhar para as "pontes" construídas pela arquitetura humana e com os pés firmes no objetivo da vida poderemos atravessá-la.
Voltemos o olhar para as "asas" pessoais e coletivas, cultivando a coragem para o vôo que nos conduzirá aos sentimentos mais belos do viver em sintonia de coração e mente, para o contínuo tecer uma  saudável  rede de relações.
Na  família, nas instituições e em toda parte percebemos que há um grito pela humanização das relações e esta somente acontecerá com o nosso "vôo" interno e externo, abraçando o essencial do viver. Tudo passa e somente o que é significativo permanece vivo e para toda a eternidade.
Somos eternos aprendizes do viver,
                                        do conhecimento de si e do outro,
                                        do respeito às diferenças,
                                        de construções colaborativas e dialógicas,
                                        de ações saudáveis e sustentáveis,
                                        no processo dinâmico e surpreendente da existência humana.

Quais as "asas" do meu e do nosso viver?
Qual travessia desejo e desejamos realizar?
Vamos refletindo e contextualizando estes pensamentos no nosso viver cotidiano.

Grande abraço,
Eliane Azevedo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A VISÃO E A COR: UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

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Interessante,
que nesta manhã,  um  educador compartilhou, nas redes sociais, o vídeo - As cores das flores.

Vendo as imagens e ouvindo as palavras fiquei tocada pelo sentimento maior de apreço às cores da vida, emergindo uma reflexão sobre A VISÃO E A COR.

Academicamente discute-se a cor como uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre as células da retina, produzindo informações para o sistema nervoso.
A nossa percepção visual reconhece o vermelho das flores, mas muitas vezes  a nossa percepção afetiva está ofuscada e cega, não percebendo o brilho do vermelho ou de outras cores na vida.
VISÃO E COR - uma  conexão para além de objetos. O filme retrata bem esta reflexão.

COR  está na raiz da palavra  CORAÇÃO.
Assim, podemos estabelecer  uma relação com o pensamento de Gilles Deleuze, na obra Imagem-movimento - "A cor é o próprio afeto, isto é, conjunção virtual de todos os objetos que ela capta".

Nas travessias da existência, muitas vezes, a cegueira afetiva  bloqueia o processamento de informações que possam transformar o nosso modo de ver, sentir, viver, agir, respeitando o ciclo natural da vida. A ansiedade e a aceleração de tantas informações corroem o nosso tempo de  dar tempo para o processo de aprender. Cada flor tem o seu tempo de germinar e deixar fluir a sua cor.

Uma  das coisas que precisamos aprender é  - dar  tempo ao "eu" para filtrar a potencialidade das cores, para aprender  com os outros o significado das mesmas e ultrapassar qualquer limite. O filme nos aponta que a cor, a visão e o coração estão conectados no sentido maior do VER a vida com novos olhos e na construção de um conhecimento que fica para sempre. Uma aprendizagem verdadeiramente significativa emerge das relações de afeto e esta vinculação produz novos conhecimentos. A criança do filme é brilhante e expressa o aprendizado da COR e do CORAÇÃO.
Assistam o filme!
Continuemos a reflexão...
Abraços, Eliane Azevedo

Publicação na coluna de Eliane Azevedo - http://www.linhadireta.com.br/

domingo, 11 de setembro de 2011

O VENTO E A ÁRVORE

(cf. google imagem)



Pensando na força do vento e das árvores, lembrei do filme  E O VENTO LEVOU, um filme americano de 1939. 


 
 
Existem pessoas vento e pessoas árvores. A força do vento atravessa as árvores, o vento passa e a árvore busca o novo equilíbrio. O vento passa, mas volta e volta com novo vigor. A árvore começa a fortalecer suas raízes e galhos na tentativa de experienciar a integridade e maturidade que está no seu campo de vida mais profundo. O vento cumpre sua tarefa e se vai, retornando sempre com novo significado e impulso para novas descobertas e enfrentamentos. O vento desafia para o ficar de pé, superar adversidades, ir para frente, sempre "avante". A árvore é desafiada para enraizar-se no essencial e buscar a energia que harmoniza e integra. O vento é ar, quer liberdade para fluir, para ir e vir.  A árvore é terra, quer segurança para ser tocada pela força do vento.  Uma conexão estabelecida pelos pontos de diferenças, algo que encanta e aponta o mistério de sermos parte da natureza, evoluindo no ciclo da vida.

Precisamos recuperar o sentido das palavras e do viver. O vento levou algo de mim... o vento levou algo do outro... o vento levou algo da civilização... mas não leva o essencial e o que dá sentido ao existir. A força do vento atrai novos ares e inova a humanidade.

Vamos refletindo e valorizando os ventos e as árvores da travessia da vida.
Grande abraço, Eliane Azevedo

sábado, 27 de agosto de 2011

PRINCÍPIOS SUSTENTÁVEIS


(google imagem)


Diante da complexidade do mundo atual, fiquei pensando em alguns princípios sustentáveis para a gestão do conhecimento e dos empreendimentos educacionais.

Para Moacir Gadotti, "Sustentabilidade é o sonho de bem viver, equilíbrio dinâmico com o outro e com o meio ambiente; é harmonia entre os diferentes". 

Assim, podemos relacionar alguns princípios para o bem viver com o foco no SER HUMANO:


  • Desenvolva um profundo respeito pela vida - pessoal, do outro e do planeta;
  • Desenvolva competências para planejar, refletir sobre as ações na dinâmica reflexão-ação-reflexão;
  • Proponha uma intervenção no presente e para o futuro, tendo como meta a busca de harmonia entre  e com os diferentes;
  • Aprenda a "conhecer, fazer, conviver e ser", segundo os pilares da educação propostos pela UNESCO (1996);
  • Busque entender a dinâmica do viver na trilha complexa da contemporaneidade;
  • Relacione com pessoas diversas, ampliando a rede de comunicação e compartilhndo experiências;
  • Incentive as pessoas para o desenvolvimento de suas capacidades;
  • Favoreça um espaço de humanização que possibilite o desenvolvimento das pessoas em todas as dimensões do existir humano;
       ... outras reflexões em construção.

O respeito à vida é uma chave de ouro para o cultivo de relacionamentos saudáveis em todos os espaços do viver e do planeta terra.
     Abraços, Eliane Azevedo

Fonte: Coluna  Eliane Azevedo -  www.linhadireta.com.br

terça-feira, 2 de agosto de 2011

LIDERANÇA CORPORATIVA

(Cf. google imagens)
As viagens  despertam dentro de mim uma virada cultural e uma aproximação ao que existe de mais belo na natureza. No último mês, estive quase duas horas conversando com um senhor de 84 anos. Fiquei surpreendida com a beleza de seu coração e claridade mental. Ele simplesmente disse "Com 84 anos de experiência de vida, eu sinto que ainda tenho muito que aprender". Ele falava de sua história de vida e valorizava os avanços da modernidade, mas criticava a ausência de relações saudáveis entre as pessoas que ocupavam cargos de liderança e as pessoas lideradas. Após alguns dias, em viagem à Buenos Aires pude deparar com uma árvore maravilhosa - raízes profundas, troncos largos e extensos -  uma obra de arte "natural" belíssima e profunda na expressão de valores. Fiquei pensando na  conversa com o meu novo amigo de 84 anos e na liderança corporativa. Assim, algumas idéias fluíram:
  • A grande virada cultural supõe  um olhar para a  raiz da realidade e avançar na busca de soluções a curto, médio e longo prazo;
  • A fidelidade aos princípios e valores  fundamentados na ética, sabedoria, humildade, amor, coragem, ousadia e o cultivo de uma espiritualidade integradora possibilita a emergência de ações que humanizam as relações familiares, institucionais, empresariais...
  • O compartilhamento de ideais e a tomada de decisões são frutos de um enraizamento fértil e gerador da sustentabilidade humana, no presente e para o futuro;
  • A seiva que atravessa a árvore da vida alimenta o sonho das pessoas que amam o que fazem e respeitam as diferenças;
  • Os galhos e o tronco da árvore  traduzem  a riqueza do gesto de acolhimento e comprometimento - capacidade de envolver pessoas para o alcance dos objetivos e metas;
  • Outras reflexões podemos construir...
Segundo vários consultores, a liderança corporativa está relacionada com a capacidade de lidar com os conflitos e superá-los, bem como com a capacidade de abertura para a valorização de cada pessoa-membro do grupo  para um empreendimento sustentável e saudável. Na atualidade, verificamos que o despreparo para lidar com os conflitos gera muita insegurança e que a ausência de um alinhamento de conceitos "trava" muitas iniciativas diante da realidade.
Creio que a liderança corporativa é sustentada pela raiz da humildade e da sabedoria. Somente teoria não capacita para o sucesso pessoal, familiar, social, empresarial,  institucional... É preciso  um olhar vivencial para a realidade interna e externa, o qual impulsiona nosso ser e agir com a mente e o coração.
Recordo, agora, do pensamento de  Fernando Pessoa “Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”.
Vamos, pouco a pouco, como educadores "líderes" desenvando os mistérios do nosso existir e o sentido do nosso viver!
Boa reflexão. Abraços, Eliane
Fonte: http://www.linhadireta.com.br/